Projeto para a Sede da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais em Belo Horizonte, premiado no Concurso Público Nacional promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil - MG. A obra ocupa um dos palacetes históricos da Praça da Liberdade, transformada em corredor cultural.
local: Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
ano do projeto: 2005
área da obra: 2.500 m²
Arquitetura: Cláudia Nucci, Valério Pietraroia e Sergio Camargo
Concurso Público Nacional de Arquitetura para a Sede da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais | 2º lugar
2005
Belo Horizonte - MG
A posição estratégica do projeto no conjunto arquitetônico da praça da liberdade e o pioneirismo na seqüência de implantação do circuito cultural foram considerados fundamentais na geração desse novo território capaz de atrair interesse no âmbito metropolitano e nacional. A existência de vias de tráfego intenso foi determinante na concepção arquitetônica. A situação em esquina facilita o acesso, destaca-o do conjunto, mas traz dificuldades técnicas importantes para o desempenho acústico das salas no que se refere ao seu isolamento.
O volume da sala não se sobrepõe ao prédio. O que aflora é o “filtro”, espaço de transição / proteção que sinaliza as mudanças, denuncia os acontecimentos, e é o marco da grande transformação trazida pelo novo circuito cultural.
Este filtro é permeável: a luz natural banha tanto o novo volume quanto as paredes históricas, levando vida ao atrium monumento.
O edifício histórico perdeu seu encanto original pela adição dos corpos posteriores, que bloquearam a permeabilidade do seu hall central. Todo o trabalho minucioso do tratamento dos elementos decorativos e em especial da escada metálica não podem ser devidamente admirados pela inexistência de sistemas que permitam que a luz natural penetre o grande hall.
Sua vocação para edifício cívico, desde sua origem, não será modificada. A cultura como agente civilizador deverá transcender os aspectos funcionais e de desempenho; deverá adotar simbolicamente seu papel transformador como equipamento urbano capaz de se preocupar com as diversas esferas da intervenção, canalizando a atenção do público e dando condições para o desenvolvimento dos músicos.
A sala de espetáculos e, em especial, a sala de concerto, foi considerada o elemento principal do programa, tratado e destacado com a importância que o tema representa apesar das grandes dificuldades das condições apresentadas.
Ela assume seu papel gerador do projeto em torno do qual as dinâmicas se desenvolvem, marcando claramente sua forte presença e, por outro lado, trazendo as condições que o edifício histórico tanto reclama.
A solução construtiva proposta em estrutura metálica, configura uma malha que segue as superfícies de fechamento da sala de concerto com cargas distribuídas, facilitando a execução, já que o espaço para o canteiro é reduzido e cria a possibilidade de construção descontínua, necessária para evitar a transmissão de ruídos e vibrações gerados pelo alto tráfego local e pelos equipamentos internos. Os sistemas de chiller, geradores, subestação, foram localizados no subsolo criado sob o pátio de carga e descarga com o objetivo de minimizar essas interferências.
As superfícies curvas da sala de concerto serão formadas por segmentos de retas tratados com painéis direcionáveis em madeira.