O Liceu está funcionando na unidade Mairinque desde 1923. O prédio histórico, de autoria do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, constitui o elemento central do local. Por esta razão, ele é protegido e tombado pelo órgão municipal do patrimônio da cidade de São Paulo.

Desde 2018, ele é objeto de um projeto de modernização em fases com uma atualização funcional e técnica dos espaços que o compõem.

Como premissa, o projeto prevê a implantação da nova edificação mantendo afastamento de 30 m em relação ao edifício histórico de maneira a garantir sua perspectiva desobstruída. Além disso, não há riscos de a nova edificação sombrear o pátio existente, durante os meses de inverno.

Outra diretriz fundamental foi evitar a criação blocos especializados isolados. Dessa forma, a proposta visa a integração entre as atividades. A simultaneidade de funções promove a intensificação de trocas entre estudantes, professores e funcionários, o que é extremamente positivo para o processo de aprendizagem. O projeto deve constituir um conjunto dinâmico que permita ao conjunto histórico integrar-se às novas tecnologias e às metodologias de aprendizagem.

Com essa estratégia, o projeto oferece muito mais do que o programa exige: é criada uma grande área verde no coração do sítio que preserva as qualidades ambientais existentes e permite novas atividades de encontro e de interação. Em outras palavras, a área permeável não se limita ao atendimento da legislação mas vai além, oferece um lugar de encontros e de convivência ambientalmente valorizados.

A praça de esportes deve também desempenhar papel fundamental na formação dos alunos. Sua presença histórica no sítio será ampliada, sem, contudo, criar barreiras. O chão continuará a ser acessível em sua totalidade. O campo de rugby é um dos valores que diferenciarão a praça de esportes e deve ter condições de ser usado para eventos externos.

Propomos o melhor aproveitamento do campo de rugby previsto no programa, permitindo que haja sua expansão futura até as dimensões oficiais para partidas internacionais. Para isso, ao criar uma marquise como abrigo das atividades da escola, permite-se a implantação de um campo esportivo como um teto jardim.

O auditório como centro do novo equipamento torna-se um espaço de expressão para o protagonismo do aluno e do grupo. Para isso, o auditório poderá assumir diversas configurações além da cena frontal tradicional, podendo se abrir para o pátio coberto norte ou para o foyer, junto ao pátio coberto sul. É garantido, assim, seu uso para palestras e apresentações culturais, ao mesmo tempo em que amplia suas possibilidades de uso ao aproximar o jogo dramático das atividades pedagógicas.